Maratona de Berlim

No dia 29/9, eu e Maria realizamos mais um desafio, desta vez em terras alemãs. Completamos nossa quinta maratona juntos, terceira major e seguimos firmes em busca de realizar nosso sonho de completar maratonas em todos os continentes.


A feira da maratona ocorre em um aeroporto desativado bem legal, mas infelizmente, o valor do Euro não beneficia tanto as compras. Ao sair, vimos muita gente tomando cerveja e comendo salsicha. Preferimos uma massa. Depois de comer, todos pegavam uma fila para devolver os pratos usados. Como estava demorando, tentamos ser prestativos e recolher os pratos das pessoas, mas ninguém queria ajuda. Por fim, descobrimos que ao levar os pratos usados de volta, cada um ganhava 1,50 euros. Devem ter pensado: "Brasileiros espertinhos", mas juro que não sabíamos. rs




No dia da prova, chegamos com facilidade ao local da largada. Nosso hotel era bem perto e na Alemanha transporte não é problema. Realmente este aspecto impressiona, seja pelo cumprimento dos horários ou a integração existente entre os diversos tipos de transporte ou a enorme quantidade de ciclovias e bicicletas utilizadas pela população. Realmente, é de dar inveja a qualquer país do mundo.

A prova começa e acaba bem próximo ao Portão de Brandemburgo, no belíssimo parque Tiergarten, e passa por muitos pontos históricos e cartões postais da cidade. Por causa da divisão da cidade antes da reunificação da Alemanha, até 1989 a prova era limitada à área de Berlim Ocidental. Após a queda do Muro, os atletas puderam finalmente atravessar as suas duas metades. Na verdade, não foi tão claro pra mim saber em qual parte eu estava durante a prova. Existe uma diferença notável na arquitetura entre o que antes era a Alemanha Oriental e a Ocidental, mas só fui perceber nos passeios após a corrida, onde de bicicleta fica mais fácil identificar.

A largada ocorreu às 8h45min, no horário alemão, numa temperatura que beirava os 8ºC. Eu e Maria começamos juntos, em um ritmo bem devagar. Não porque queríamos, mas era impossível ir mais rápido. Lembrei dos shows de rock onde a multidão começava a pular, e mesmo sem querer eu era obrigado a pular também para não ser pisoteado. Somente depois de vários quilômetros conseguimos chegar ao nosso ritmo normal de prova.

Em um determinado momento da prova eu e Maria nos separamos e não a vi mais. Apertei um pouco o ritmo pensando que ela estava na frente, mas ela havia ficado para trás. Fui sentir cansaço já no finalzinho da prova quando beirava o km 38. Diminui um pouco o ritmo e isto me custou a conquista da minha melhor marca.

Ao final, só me recordo da sensação indescritível e ao mesmo tempo aliviadora de atravessar o pórtico de chegada e receber a medalha comemorativa dos 40 anos da maratona. Somente alguns minutos depois vi algumas placas informando a quebra do recorde mundial do queniano Wilson Kipsang que sobrou nas ruas alemãs. Com o tempo de 2h3min23s ele bateu a marca anterior em 15 segundos do seu compatriota Patrick Makau e por pouco mais de 20 segundos não superou o melhor tempo da história do também queniano Geoffrey Mutai. O melhor fundista brasileiro da atualidade, Marilson Gomes do Santos, chegou em um honroso 6º lugar com 2h9min25s.



Eu fiquei a 17 segundos do meu melhor tempo obtido em Chicago e Maria chegou poucos minutos depois de mim. Acredito que o tempo perdido na largada e a desacelerada no fim contribuiram para o fato de não termos batido nossas melhores marcas. Entretanto, nada supera a alegria de ter completado mais uma maratona. No outro dia já estávamos pedalando pela linda Berlim.



2 comentários

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27 de setembro de 2014 às 18:53 exclui

Lindos!! Qual será o proximo continente? Beijão

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27 de setembro de 2014 às 23:07 exclui

Oi Luli! Estamos vendo opções na Oceania. Topa ir com a gente? Nova Zelândia. Que tal?

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