Jogos Olímpicos de Londres

Infelizmente, não consegui assistir como gostaria os jogos em Londres. Por conta do trabalho foi praticamente impossível acompanhar as disputas, mas nos intervalos dos lanches e almoços procurava consultar os resultados e os vídeos pela internet.


No atletismo, acompanhei as principais provas, especialmente o fenomenal Usain Bolt e a sua turma jamaicana. Realmente é impressionante a velocidade desse pessoal. Acompanhei também as finais dos 10.000 metros masculino com o britânico (nascido na Somália) Mo Farah e o americano Galen Rupp superando os favoritos africanos. Os quenianos e etíopes não foram páreos para o britânico, que ao ouvir o sino tocar avisando que faltavam 400 metros para o fim da prova, arrancou empurrado pela torcida local e deixou os adversários para trás. Foi um sprint fantástico. Mo Farah terminou a prova em 27min30s43. E eu tentando ultrapassar a parede dos 45min. Dias depois, Mo Farah ganharia também os 5.000 metros com 13min41s66.

Acordei cedo para ver as maratonas femininas e masculinas. Na semana passada, a única representante do Brasil na prova, Adriana Aparecida da Silva, começou bem atrás, mas foi melhorando a classificação a cada parcial. Por fim, ela chegou na 47ª colocação, com 2h33min15s, bem acima do tempo obtido em Tóquio 2h29min17s, que lhe credenciou a competir na maratona. Lá na frente a disputa foi grande. No km 40, 4 atletas passaram no mesmo segundo, mas no fim a etíope Tiki Gelana arrancou para a vitória com direito a novo recorde olímpico, 2h23min7s. Uma curiosidade foi que etíope ganhou no começo do ano a fria maratona de Roterdã, prova em que a Maria participou.


No masculino, não veio a tão esperada medalha, mas os maratonistas brasileiros fizeram bonito. O Brasil foi o único país a ter 3 atletas entre os Top 15. Marilson Gomes do Santos, 5º lugar com 2h11min10s, e Paulo Roberto de Paula, 8º lugar com 2h12min17s, ficaram no Top 10. Franck Caldeira terminou em 13º com 2h13min35s. Minha sensação ao assistir a prova foi que os coelhos, que dão ritmo as provas abertas, fizeram falta. Sem eles, houve muita mudança de ritmo o que deve ter dificultado a prova. O próprio Marilson afirmou isso durante entrevista ao SporTV: "Foi a maratona que eu mais sofri na vida, pelo sol, pelo ritmo da prova. Mas tudo bem, quinta colocação. Claro que eu queria a medalha, mas estou feliz por dar tudo de mim. Sofri o que pude". Compartilho a seguir as parciais dos nossos atletas.





Marilson se manteve até a meia maratona perto dos africanos no pelotão da frente. Naquele momento ele era o único não africano entre os líderes. Daí em diante, os africanos apertaram o ritmo e fecharam o pódio com Stephen Kiprotich (2h8min1s), Abel Kirui (2h8min27s) e Wilson Kipsang (2h9min37s). Marilson ainda foi ultrapassado na reta final pelo eritreu, naturalizado americano, Mebrahtom Keflezighi (2h11min6s). É impressionante ver estes atletas correrem a 20 km/h. Só quem corre, sabe o que isso significa.


Parabéns aos maratonistas! Realmente a cara da maratona hoje em dia é a África e batê-los é uma tarefa muito difícil. É uma pena o atletismo brasileiro não trazer medalhas. Para 2016, o Brasil precisa melhorar muito, senão apenas aplaudiremos os estrangeiros no Estádio Olímpico. :(

No triatlo, acordei cedo para ver a prova feminina no sábado (4). Torci muito pela Pamella Oliveira, atleta patrocinada pelo Sicoob Central ES. Ela fez bonito na natação fechando esta modalidade em quarto lugar. No ciclismo, ela vinha mantendo posição de destaque no pelotão da frente ao lado das primeiras atletas e vinha liderando a prova em alguns momentos. No entanto, ainda na primeira volta uma queda a fez perder 23 posições e acabou com as esperanças dela de terminar entre as 10 melhores. Outras 3 atletas caíram na mesma curva que estava molhada no momento da prova. Na volta final da bike, ela ainda se esforçou e diminui o tempo perante as líderes terminando esta modalidade no 27º lugar. Na corrida, Pamella fez 36min1s, demonstrando uma grande evolução nesta modalidade. No fim, ela terminou na 30ª colocação com 2h4min2s. Considerando a sua colocação antes da prova (49ª) e as dificuldades durante a prova, foi uma participação excepcional.


Não vi a prova masculina do triatlo, mas pelos resultados vi que Reinaldo Colucci e Diego Sclebin fizeram a prova um pouco abaixo do esperado. Ambos não foram muito bem na água, mas são guerreiros só pelo fato de estarem lá.

Hoje no pentatlo moderno, esporte que eu nem conhecia, já no apagar das luzes da Olimpíada, a atleta Yane Marques conquistou o bronze inédito nesta modalidade. O final da prova foi emocionante e a Yane sofreu muito, mas todo o esforço foi recompensado.