Maratona da Antártica (parte 2)

Garantida a vaga, iniciamos os preparativos. Cerca de 3 meses antes da maratona intensificamos nossos treinos. Fizemos treinos de pista com a orientação do nosso técnico Laurent Migaire (Lo-rã) e longões nos finais de semana. Os músculos estavam bem, mas nada de nos adaptarmos ao clima. Morando em uma cidade cuja temperatura facilmente chega aos 30°C, como seria a nossa resistência ao frio congelante de -30°C? Há histórias reais de pessoas que tiveram dedos das mãos e dos pés congelados ou olhos queimados devido à exposição solar.


Uma de nossas estratégias foi solicitar ajuda a algumas marcas esportivas, pois sabíamos que se tivéssemos roupas de qualidade grande parte do problema estaria resolvido. Fomos pegando um email aqui outro ali, um contato aqui outro acolá e enviando emails. Não posso deixar de mencionar nosso amigo Antonio Colucci, peça fundamental nesse ponto. Inexplicavelmente, uma dessas mensagens foi respondida pela Adidas, logo a Adidas que é idolatrada pela Maria. Gostaram da nossa ideia ou nos acharam loucos demais e mandaram um monte de coisas, roupas, tênis, mochila. Já éramos fãs, agora então nem se fala.


Outra estratégia foi chegar em Punta Arenas com uma semana de antecedência. Fizemos o itinerário Brasília a Punta Arenas com escalas em São Paulo, Santiago e Puerto Montt, totalizando 14h de viagem.


Fomos muito bem acolhidos no Innata Casa Hostal e nos sentimos em casa. Ficamos realmente muito amigos da proprietária do hostel. A Nini é uma versão chilena da Maria, igualmente ligada nos 220V. Queríamos fazer todos os passeios que ela nos indicava, mas o nosso foco era outro.


A ideia era aclimatar o nosso corpo ao frio e testar a roupa da Adidas também. Com temperatura sempre beirando 0°C, fizemos 3 treinos em Punta Arenas e fomos completando nosso material. Por intermédio da Nini, conhecemos Enrique Garín, gerente do Hotel Rey Don Felipe, que nos deu dicas importantes e me emprestou um par de óculos de ski (googles). A própria Nini emprestou outro para Maria.


Faltava apenas alugar as roupas polares para suportar o frio extremo. Nesta parte entra o pessoal da ANI, super competentes e organizados. Antes de partir para a Antártica eles verificaram se todos os competidores, um a um, estavam com os equipamentos necessários. No nosso caso, eles pediram que comprássemos balaclavas e meias por garantia. Como chegamos antes, tivemos tempo para comprar sem pressa. Ou seja, a nossa estratégia de chegar antes funcionou muito bem.


Aclimatamos nosso corpo e preparamos todo o material necessário. Bastava descobrir os melhores cafés e restaurantes em Punta Arenas e apreciar a vista do Estreito de Magalhães enquanto aguardávamos a nossa viagem ao Continente Antártico.



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